R&B Music
Rhythm and Blues, normalmente abreviado R&B, é um género de música Afro-Americana popular que teve origem na década de 40.O termo era originalmente usado por produtoras para descrever gravações dirigidas predominantemente para o mercado Afro-Americano, no tempo em que o jazz com batidas pesadas e persistentes se estava a tornar mais popular. O termo, no processo, teve um número de mudanças no seu significado. No inicio da década de 50 até a actualidade, o termo Rhythm and Blues foi frequentemente aplicado a álbuns de blues. Começando na década de 50, depois de este estilo de música ter contribuído para o desenvolvimento do rock and roll, o termo R&B começou a ser usado para se referir a estilos de música que incorporavam blues eléctrico, tal como gospel e soul. Por volta da década de 70, Rhythm and Blues foi usado para encobrir géneros de música como soul e funk. Na década de 80, um novo estilo de R&B foi desenvolvido, que ficou conhecido como R&B contemporânio. Alguns dos sub-géneros conhecidos actualmente são: Smooth R&B; Soul Funk; Reggae; Ska; R&B Contemporânio.
Charme
A origem deste estilo remonta uma época paralela à Soul music, nos anos 1970, cuja execução no Brasil foi realizada por DJ's como Mister Funk Santos. O charme tem mais do som da Filadélfia pelos arranjos e melodia do que propriamente do Soul, afinal, tratava-se de uma terceira vertente depois do Soul e o funk.
No final de 1976, a Soul music dava sinais de desgaste, seja pela pulverização do repertório ou pela não renovação do seu público. Outro detalhe que apressaria a morte do Soul foi o nascimento de um outro movimento entre jovens brancos da Zona Norte e Oeste do Rio – “O som das Cocotas”. Fica aqui o registro que o movimento “Black Rio” era formado por 60% de negros e pardos, 40% de brancos e mestiços pobres da periferia da cidade. O primeiro “baque” sofrido pelo movimento Soul foi, sem dúvida, a descoberta e identificação do som “pop rock” pelos frequentadores brancos da zona norte. O segundo e definitivo golpe sofrido pela agonizante Soul music foi dado pela revolução trazida pela disco music em 1977. Por ter sido um movimento mundial, a disco music mudou o comportamento, a moda e a cultura dos jovens da Zona Norte do Rio e boa parte de Brasil.
O termo charme (R&B) foi criado por Corello DJ, no Rio de Janeiro, em março de 1980. O DJ Corello começou na época a fazer experiências de outras formas de black music. Ele introduz a musicalidade do charme e as pessoas começam a gostar. Ele não tinha dado um nome para essa experiência, mas observou que quem dançava tinha um movimento corporal bem diferenciado. Em um baile no Mackenzie, no bairro do Méier, o Corello convida: “Chegou a hora do charminho, transe seu corpo bem devagarinho”. Essa coisa do “charminho” ficou na cabeça das pessoas e elas passaram a falar: “agora eu vou pro charminho, vou ouvir um charme, vou lá no Corello que vai ter charme”.
Em 1980 a discoteca se enfraquece como movimento de “dança coletiva”, abrindo espaço para o “pop orientado” da gravadoras multinacionais instaladas no Brasil, deixando, por assim dizer, um vácuo musical nas equipes de som do subúrbio do Rio. Corello aproveitou esse “hiato” musical e experimentou músicas e estilos não percebidos por outros DJ’s da época.
charme também contou com a colaboração direta de DJ’s que abraçaram a causa e começam a romper com a estrutura antiga das equipes de som, segundo a qual, o “dono” da equipe determinava a linha musical a ser seguida sem questionamentos. O primeiro a aderir foi o DJ Marcão da Rádio Tropical do Rio de janeiro, A DJ e locutora Áurea, DJ Marlboro (em início de carreira), Fernandinho DJ, Orlando DJ, entre outros.
Disco Music
Antes de entrarmos na história da Disco Music seria interessante definirmos e dizer sobre o que é que estamos falando, o que é essa tal de Disco, tão mencionada até agora. Quando falamos Disco, inúmeros significados surgem nas nossas cabeças como, por exemplo, música, dança, moda, ritmo, movimento, alegria, emoção. No âmbito musical, Disco é um imenso complexo de arranjos orquestrados formado por cornetas e cordas, bonitas melodias e batidas que são o autêntico som e sentimento das pulsações do coração humano capazes de produzir efeitos psicológicos e fisiológicos na mente e no corpo de qualquer pessoa.
Para se chegar a esse som chamado Disco, passou-se por um longo processo de criação que começou no início dos anos 60, quando a música negra (blackmusic) passava por grandes modificações. A música disco, ao contrário de muitos outros estilos musicais da história, não nasceu de uma acidental produção de novos músicos ou cantores performistas de rua, mas foi uma forma artística que nasceu de um profundo entendimento da psicologia musical e do poder dos arranjos musicais elaborados por produtores, arranjadores e maestros de orquestras sinfônicas que, tomando como base a música negra que estava ganhando reconhecimento nos Estados Unidos, conseguiram definir o início da Era Disco, em 1974, em termos de música popular. As batidas ritmadas como a do coração, a percussão abundante, as vozes e arranjos vocais requintados, arranjos rítmicos de alto trompete e de corda são propriedades da música Disco que revelam o quanto a música era calculada em detalhes desde composição, arranjo, produção e mixagem até nos efeitos artísticos, filosóficos e psicológicos de cada obra.
A maioria dos sons que compõem a música dance surgiram da fusão do Soul dos anos 60 com o Jazz Latino. Música composta por negros que, inicialmente, não obtinham sucesso devido ao preconceito da sociedade e, por isso, se mantinham apenas nos guetos escondidos. No entanto, no início dos anos 60, os negros ganharam mais espaço e tiveram mais liberdade para criar e experimentar novos sons, que mais tarde seriam usados pela disco music. Durante a metade dos anos 60 e início dos anos 70, época em que as maiores gravadoras de música negra como a Motown Group, Atlantic and Atco e Stax dominavam o cenário da música soul dance, produtores, arranjadores e maestros começaram a criar sons, que se diferenciavam pelo aumento do tempo do compasso e do uso de cordas, adicionando energia e excitação a qualquer música criada ali.
Outras gravadoras seguiram o exemplo e também começaram a experimentar novos arranjos com instrumentos de sopro, flautas, trompetes e cornetas, levando a música “dance” para uma maior audiência. Assim chegou o Funk, que se caracterizava por uma batida que tinha um tempo próprio, elementos percussivos mais sofisticados e o sax, elementos que, mais tarde, seriam incorporados pela música Disco.
Até aqui só temos a influência da música negra – o soul e o funk, que eram de difícil aceitação pela audiência branca. Nesse sentido, para expansão da música foi necessário um novo som que permitisse aos brancos descobrir o soul. Assim, surgiu o Jazz, que utilizando uma percussão mais latina, envolveu o soul com um sentimento mais pop e propagou a música negra no mundo. Passamos agora para os anos 70, os elementos da disco estão se juntando. Após o desenvolvimento do Soul, surgimento do Funk e o toque do Jazz, a disco music começou a se formar.
Como podemos ver, é um erro de concepção comum que se faz quando dizem que a Disco Music surgiu nas boates gays da América no início dos anos 70. A música Disco, apesar de ter tido grande influência de sons desenvolvidos nas boates GLS, foi muito maior e mais complexa do que isso, mesmo porque, pelo que pudemos observar, a música Disco já era popular e circulava, já há algum tempo, por vários lugares. Também se falava que os filmes “Saturday Night Fever” e “Thank’s God It’s Friday” foram importantes pontos de virada para a chegada do movimento Disco. Para aqueles que acreditam que a Disco foi apenas a pop dance music dos Bee Gees, isso seria verdade, porém a história tratada aqui se refere ao que chamamos no geral de Disco Music.
Chegada da Disco:
A Disco music começava a se expandir. A primeira gravadora responsável pelo movimento foi a Salsoul Records, na Filadélfia, que misturava a música latina, salsa, soul e arranjos orquestrais. Foi a Salsoul que produziu, talvez, o primeiro hit considerado Disco no mundo, chamava-se “The Hustle” – que chegou até as boates e fez o maior sucesso. Outras gravadoras foram de grande importância para que a música Disco ganhasse o mundo, como Gold Mind e principalmente West End Records, que pertencia a Mel Cheren, denominado o padrinho da Disco por suas idéias inovadoras que possibilitaram a criação de sons de qualidade gravados e promovidos em diversos clubes noturnos da época.
A partir de então, surgiram diversos hits que não saíam das rádios e embalavam a todos nas diversas boates do mundo, movimentando um grande número de jovens que queriam sair para dançar e agitar a noite inteira. A disco ganhava espaço no cinema, assim como também na televisão. Surgiam diversos talentos como Kc & The Sunshine, Village People, Sister Sledge, Chic, Earth, Wind and Fire, Gloria Gaynor, Donna Summer e diversos outros que emplacaram grandes sucessos que são tocados até hoje. Famosas discotecas como a Studio 54 e Paradise Garage, em Nova York , despontavam empolgando multidões em uma pista iluminada por globos e luzes coloridas que ao som da Disco Music não paravam de dançar.